A revolução dos pequenos negócios: MPEs sustentam geração de emprego no Brasil

Micro e pequenas empresas abriram 326 mil vagas formais entre janeiro e maio. Startups e multinacionais de TI oferecem ferramentas para ajudá-las a manter o desempenho

As micro e pequenas empresas (MPE) estão sustentando a geração de empregos formais no Brasil em 2019. Entre janeiro e maio, os pequenos negócios foram responsáveis pela criação de 326,6 mil novos postos de trabalho, já descontadas as demissões. É cerca de 35 vezes mais do que as vagas geradas pelas empresas médias e grandes no período. Em 2018, as MPEs foram responsáveis por um saldo de 580 mil novas vagas, o maior registrado nos quatro anos anteriores. O levantamento, feito pelo Sebrae a partir de dados do Ministério do Trabalho, considera micro e pequenas empresas as que têm até 99 empregados no setor da indústria ou até 49 no comércio e serviços.

Os resultados indicam que as micro e pequenas empresas estão lidando melhor com a economia ainda fraca do que as médias e grandes. Em 2018, as organizações maiores demitiram mais do que contrataram – neste ano, a geração de empregos por elas continua patinando.

Para as MPEs, manter o desempenho financeiro apesar do pouco vigor da economia não é trivial. O porte é um obstáculo para os empreendedores. Gestão de pessoas, gestão financeira, burocracia, inovação, marketing e vendas são as áreas que representam grandes desafios para eles, segundo pesquisas feitas pela Endeavor. Por isso, atender micro e pequenas empresas se tornou um nicho para muitos novos negócios.

No setor de tecnologia, desde startups até grandes multinacionais se especializaram em desenvolver soluções voltadas para pequenos negócios. Conheça três delas:

Desafio: Cuidar das finanças
Foi a partir da reclamação recorrente da secretária de uma de suas empresas que o empreendedor Piero Contezini e o irmão Diego Contezini decidiram desenvolver uma ferramenta de gestão financeira. “Era uma empresa de desenvolvimento de softwares, e a secretária gastava 18 dias do mês cobrando os clientes”, diz Contezini. Os sócios logo perceberam que o sistema criado naquela época poderia resolver não apenas o problema do próprio negócio, como também de outros micro e pequenos empreendedores. Assim nasceu a plataforma Asaas, em dezembro de 2013, como uma solução completa para gestão de cobranças, pagamentos e antecipações. Em 2018, a fintech foi escolhida como uma das 50 mais inovadoras da América Latina pelo Fórum Econômico Mundial e, neste ano, incluída entre as 19 fintechs para se ficar de olho pelo Fintech Mining Report, pesquisa realizada pela plataforma Distrito junto à consultoria KPMG.

Desafio: Vender mais
Há dez anos, a internet ainda provava seu valor para o mundo dos negócios. Isso não impediu Robledo Ribeiro de encarar o desafio de trazer uma operação da multinacional HostGator – uma das principais provedoras globais de hospedagem de sites e outros serviços para presença online – dos Estados Unidos para o Brasil. “Era meu celular que estava no site da empresa. Se o cliente tinha um problema, ligava direto para mim, e eu resolvia”, conta. “Como acontece com uma pequena empresa, foi o boca a boca que fez a HostGator crescer no país”. A empresa tinha 30 clientes no Brasil em 2007. No segundo ano de operação, eram 300. No terceiro, 3.000 e hoje a HostGator é amplamente reconhecida no país. A multinacional oferece ferramentas que facilitam a inserção dos pequenos negócios no mundo digital. Com o Criador de Sites Rápido, por exemplo, é possível montar um site com poucos cliques, a partir das informações da página da empresa no Facebook. Destinada a um público leigo, sem conhecimento técnico em desenvolvimento e webdesign, a solução contribui para as estratégias de marketing e vendas.

Desafio: Fazer a gestão do caixa
Durante o período em que trabalhou na Havan, varejista nacional com sede em Brusque, Tiago Vailati pode ver na prática todos os desafios operacionais de um comércio: da conferência de pedidos às tributações. Ainda dentro da empresa, passou a trabalhar em projetos de software que envolviam automação comercial, melhorias nos processos operacionais e questões tributárias do varejo e perceberam que se adequar às mudanças demandadas pelo FISCO era um desafio ainda maior para o micro e pequeno empreendedor. Junto aos futuros sócios, começaram a jornada dupla de trabalhar no tempo extra desenvolvendo a Hiper, com o objetivo de oferecer uma solução simplificada para pequenos comerciantes que precisam se adequar às regras do varejo nacional. No primeiro ano de atuação, a empresa conquistou 250 clientes. Hoje conta com mais de 15 mil clientes, chegando a conquistar 500 novos por mês. Desde a sua criação, a startup continuou inovando e nesse ano foi adquirida pela Linx em uma transação que pode chegar a R$50 milhões. A solução, pioneira no Brasil, é capaz de atuar online e offline, conectando todos os pontos de um comércio, do estoque até a frente de caixa, para facilitar a vida do empreendedor.

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