Como reduzir os impactos da crise nos pequenos negócios

Com as medidas de restrição decretadas em meio à pandemia, pequenos negócios são os mais afetados

A pandemia do coronavírus tem impactado diretamente a economia global, causando grandes prejuízos às empresas que se encontram em um cenário de queda das vendas. Com as recomendações de isolamento social por parte do Ministério da Saúde e decretadas por diversas prefeituras e governos estaduais, em muitas regiões apenas serviços essenciais estão abertos. O novo vírus tem causado muitas mudanças na rotina dos brasileiros, mas qual o impacto dele nas pequenas empresas?

Diante do momento difícil, empreendedores se juntam para orientar como esses negócios podem diminuir os efeitos da crise.

Redução de Custos

Desenhar um novo planejamento orçamentário é uma das primeiras medidas que devem ser tomadas neste começo de crise, afirma Alexandre Souza, gestor do Startup SC, iniciativa do Sebrae/SC que visa promover empreendimentos inovadores por todo o estado de Santa Catarina. Segundo o especialista, a crise é causada em primeiro lugar por um problema de caixa. Na medida em que a população se vê obrigada a ficar em casa, o consumo de produtos e serviços tende a cair de forma significativa.
Considerando-se a desaceleração das vendas, os negócios devem avaliar se a redução de despesas será necessária, assim como a negociação de pagamentos e a revisão de contratos. “Durante o período de interrupção dos negócios é importante que os empresários só desembolsem em casos essenciais e busquem repensar não só os gastos com mão-de-obra, mas também os acordos assumidos com fornecedores”, explica.

Crédito

Muitas pequenas empresas podem precisar de acesso ao crédito, até mesmo para capital de giro neste primeiro momento. O primeiro passo, na visão de Fernando Salla, CEO da Effecti, startup especializada em tecnologia para participantes de licitações, é olhar para o fluxo de caixa e conter a maior quantidade de despesas possíveis, para então buscar junto aos bancos e instituições financeiras quais as melhores linhas de crédito disponíveis. Alguns do maiores bancos do Brasil anunciaram que vão atender pedidos de prorrogação, por 60 dias, dos vencimentos de dívidas e empréstimos de micro e pequenas empresas para os contratos vigentes em dia. Também, o BNDES informou que vai disponibilizar R$ 5 bilhões em crédito para linhas destinadas a esses negócios.

“É importante que os empreendedores priorizem se organizar internamente, mas caso tenham a necessidade de  recorrer aos empréstimos, avaliar qual a melhor opção, para não comprometer ainda mais o futuro do negócio”, explica Salla. Ele destaca a importância do planejamento, para que quando a crise passar as empresas estejam fortalecidas e preparadas para continuar o trabalho.

Atuação conjunta

Atuar em Redes Associativas e Centrais de Negócios pode ser a “luz no fim do túnel” para lojistas enfrentarem a crise devido o Covid-19, é o que recomenda Jonatan da Costa, CEO da Área Central — scale up especialista em gestão de redes associativas e centrais de negócios. Ele afirma que quando unidos em grupos associativos, os empreendedores têm mais força, conseguem reduzir custos, realizar boas práticas e aumentar o poder de barganha com os fornecedores: “esse modelo de negócio permite empoderamento aos mais diversos segmentos — e em tempos de crise, é um diferencial competitivo importante. Eles conseguem entrar no páreo de forma mais justa com grandes players do mercado. A tecnologia vem para agregar à gestão dessas entidades, automatizando negociações e centralizando dados”.

E-commerce com delivery

O setor de bares e restaurantes é um dos primeiros a ser atingido pelos impactos econômicos provocados pelo avanço da Covid-19 no país. Para Mateus Bodanese, CEO da myTapp — startup especializada em soluções para o mercado cervejeiro -, uma das formas de amenizar as perdas aos pequenos comerciantes é apostar nas vendas por e-commerce com delivery enquanto o estabelecimento estiver com restrição de público. O serviço pode ser mediado com os clientes por meio de aplicativos como Whatsapp, Instagram e Facebook, e a entrega pode ser viabilizada por meio de motoboys independentes ou grandes players de entrega, como Uber Eats, Rappi, Motoboy.com e iFood. As empresas do setor, aliás, anunciaram medidas que ajudam os pequenos negócios como: recebimento de pagamentos diários pelas vendas realizadas, isenção de taxas e até algumas entregas grátis para micro e pequenas empresas.

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