Especialista explica que fenômeno está se popularizando no Brasil em diversos segmentos do mercado
Compras, roupas, decoração, casas, escritórios, carros. Esses são alguns exemplos que se tornaram cada vez mais recorrentes na lista de produtos e serviços compartilhados. A consultoria PwC estimou que a economia colaborativa responderá por cerca de 30% do PIB de serviços do Brasil até 2025. Mas por que cada vez mais as pessoas optam por aluguéis e compras coletivas? O especialista em economia compartilhada, Eduardo Gastaldo, explica que esse é um fenômeno que já era visto em países da América do Norte e da Europa e que, com a pandemia, se popularizou no Brasil também.
A economia compartilhada está presente em diversos setores. O segmento imobiliário é um dos principais exemplos. A escassez de oferta de terrenos e espaços residenciais nos melhores bairros das grandes cidades brasileiras fez disparar o valor do metro quadrado. Dentro do conceito da economia colaborativa, o coliving se destaca pelos ganhos de eficiência no uso das propriedades, além de reduzir drasticamente a ociosidade dos imóveis e aumentar as oportunidades de comercialização. “Em 2013 eu viajei para Califórnia, nos Estados Unidos, e lá a compra de um imóvel, por exemplo, exige um valor tão alto de investimento, que a maioria das pessoas opta pelo aluguel. O sonho da casa própria não faz sentido em uma realidade em que você precisa pagar aquilo por trinta anos”, explica Gastaldo, que é engenheiro de formação, mas passou a estudar economia compartilhada depois da viagem.
Usando a lógica da economia compartilhada, Gastaldo criou a Bewiki, proptech constrói e gerencia empreendimentos que reúnem studios prontos para morar, escritórios compartilhados e outros serviços essenciais. A startup funciona como uma Netflix dos espaços e serviços essenciais. Você abre um aplicativo e, em vez de filmes e séries, encontra diversas opções de espaços e serviços para as atividades do dia a dia. Em vez de escolher o que assistir, você escolhe onde vai morar, um espaço para o seu escritório, um profissional de saúde para se consultar, o carro que vai dirigir nos próximos meses e por aí vai. Todos os espaços e serviços oferecidos pela Bewiki estão disponíveis por aplicativo de celular. “O compartilhamento, nesses casos, é uma forma de oferecer excelência e qualidade por valores mais acessíveis”, completa Gastaldo.
As redes associativas — que reúnem empreendedores com objetivo de ganhar competitividade e ter mais chance de crescimento, além de acesso a novos mercados por meio da compra conjunta — são outros exemplos de entidades que estão facilitando a otimização de resultados para diversas empresas. É o que está ocorrendo na Área Central, empresa especializada na gestão de centrais de negócios, que tem observado o comportamento e a performance desse modelo de negócio.
O cooperativismo é, certamente, um atrativo para empresas que almejam unir forças em prol do mesmo objetivo. “No mercado atual, com mais e mais empresas disputando o mesmo nicho, os empresários precisam encontrar novas formas de pensar e fazer negócios para sobreviver. Uma dessas maneiras é a atuação em conjunto com outros players, de maneira associada. O objetivo dessas parcerias é obter vantagens estratégicas e agregar valor aos produtos e serviços comercializados, beneficiando os clientes”, contextualiza Jeferson Rosa, Mentor na Área Central.
Qualquer segmento que tenha uma rotina ativa de compra, havendo uma demanda por quantidades altas e frequentes, pode se beneficiar com essa prática. Com o auxílio de especialistas no assunto, essa é uma oportunidade para empresas virarem a chave para o sucesso. “Os modelos organizacionais baseados na associação e no compartilhamento pressupõem a união de empresários com o intuito de se tornarem mais competitivos. Por isso, é importante ter em mente que o processo de compras conjuntas é o carro-chefe dos negócios e merece atenção, pois gera economia direta para a empresa”, finaliza Jeferson.