Na busca pelo empreendedorismo desde cedo, jovens ainda na universidade procuram opções para conhecer o mercado e empregar habilidades que poderão ser usadas em negócios futuros. Além das disciplinas sobre o tema cursadas pelos estudantes e oferecidas nas graduações, as empresas juniores são outra alternativa para que eles possam explorar o ambiente de negócios. Paralelamente, empresas em parceria com entidades promovem ações para contemplar aqueles que, mais que estudar, desejam pôr a mão na massa desde cedo. A Softplan é uma delas. A companhia possui iniciativas para estimular empreendedores desde os bancos das graduações. Há 29 anos no mercado, desenvolvendo softwares de gestão para os segmentos da Justiça, Gestão Pública, Indústria da Construção e Saúde, a Softplan renovou uma parceria com a Federação de Empresas Juniores do Estado de Santa Catarina (Fejesc). O objetivo é auxiliar o desenvolvimento de projetos de inovação e aproximar estudantes do mercado, por meio de eventos de empreendedorismo. Atualmente, mais de dez universitários de várias áreas, ligados à empresas juniores em universidades catarinenses, vivenciam atividades de imersão na empresa.
No segundo semestre, Fejesc e Softplan irão promover algumas atividades. O evento “Se joga na rede” irá reunir 500 pessoas de empresas juniores na organização, para conhecer os projetos de inovação em andamento. Além disso, a companhia também irá promover o Softplan Experience, momento em que um grupo de até 30 universitários de empresas juniores poderão fazer uma imersão na empresa por meio da prática de shadowing: o estudante irá acompanhar um profissional que atua na organização, observando suas atividades para obter conhecimento sobre sua futura área de atuação. Para Luísa de Saldanha Simon, Coordenador de Talent Acquisition na Softplan, estimular a aproximação dos estudantes com o mercado também é uma forma de engajar os profissionais que atuam na empresa, por meio de novas ideias e iniciativas que partam dos universitários. “A Softplan incentiva o movimento do empreendedorismo estudantil, idealizando que cada estudante seja responsável pelo propósito em transformar a realidade/contexto que o cerca”.
Exemplo de persistência
André Krummenauer, CEO da Involves, que desenvolve um software para gestão de trade marketing, é um dos exemplos de como o estímulo ao empreendedorismo desde cedo pode fortalecer novos negócios. Ele se graduou em administração na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Durante a graduação, fortaleceu o desejo de empreender, impulsionado por experiências dentro e fora de sala de aula. Com a possibilidade de desenvolver um plano de negócios como Trabalho de Conclusão de Curso, decidiu validar hipóteses. “Estudamos o market fit e estruturamos um MVP (sigla para Produto Mínimo Viável), processos que ainda não eram chamados assim, para fazer a validação de uma oportunidade de um software para gestão de empresas de formaturas. Nossa intenção era analisar o mercado para colocar o negócio em ação. O TCC nos ajudou a poupar energia e focar em uma outra solução, ao passo que revelou que a ideia inicial era inviável. Ainda na faculdade, pudemos ter noção do que é validar ou invalidar uma ideia com base no market fit”, explica André.
O aprendizado extrapolou o trabalho acadêmico. Antes de fundar a Involves, André e os outros sócios da empresa invalidaram dez diferentes produtos, usando as técnicas aprendidas na época de faculdade. Assim, apenas na 11ª tentativa encontraram uma solução que teve tração o suficiente para se tornar um negócio. O empreendedor também destaca a importância das conexões feitas nesta fase. “O corpo de fundadores da Involves nasceu da junção de colegas de faculdade que admiravam o conhecimento e o desempenho um dos outros. Por isso, digo que é essencial se dedicar aos trabalhos e disciplinas, quem sabe o seu futuro sócio não está ao seu lado?”, enfatiza André.
Outras iniciativas
Além de iniciativas, seja por parte de empresas ou dos próprios futuros profissionais, existem outras opções no mercado para estimular o empreendedorismo desde a universidade. A incubadora MIDITEC, mantida pelo Sebrae/SC em parceria com a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), possui alguns projetos que aproximam universitários do meio empreendedor. Um deles é o Solution Up, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na área de Administração, no qual os alunos do curso podem conhecer os problemas das empresas incubadas e oferecer apoio e novas sugestões de implementação. Além deste projeto, o MIDITEC promove eventos, palestras e visitas técnicas para os universitários se inserirem mais no ambiente de tecnologia e inovação, apresentando a rotina de negócios e motivando-os a empreender.